Grécia Antiga: Esparta
Esparta foi uma das mais importantes pólis da Grécia Antiga, localizada na região da Lacônia, no sul da península do Peloponeso. Diferentemente de cidades como Atenas, Esparta desenvolveu-se com forte base militar e pouca valorização das artes e do comércio. Sua organização social e política tinha como principal objetivo garantir a estabilidade interna e a supremacia militar, o que fez da cidade uma potência terrestre durante vários séculos, especialmente entre os séculos VII e IV a.C.
A sociedade espartana era rigidamente hierarquizada. No topo estavam os espartíatas, cidadãos plenos descendentes dos dórios, que se dedicavam exclusivamente à guerra e à política. Abaixo deles estavam os periecos, homens livres que viviam em comunidades ao redor de Esparta e exerciam atividades comerciais e artesanais, mas sem direitos políticos. Na base da pirâmide social encontravam-se os hilotas, servos do Estado, responsáveis pelo trabalho agrícola e frequentemente submetidos a duras condições de vida, o que gerava constantes tensões e revoltas.
O sistema político de Esparta era peculiar e misturava elementos monárquicos, aristocráticos e oligárquicos. A cidade possuía dois reis, que comandavam o exército e exerciam funções religiosas. O poder era equilibrado pelo Gerúsia, um conselho de anciãos composto por 28 membros com mais de 60 anos, além dos reis. Havia também a Ápela, assembleia formada pelos cidadãos, e os éforos, cinco magistrados eleitos anualmente que fiscalizavam os reis e controlavam a vida pública, tornando-se uma das instituições mais poderosas da pólis.
A educação espartana, conhecida como agogê, era voltada quase exclusivamente para a formação militar. Desde os sete anos de idade, os meninos eram retirados de suas famílias e submetidos a treinamentos rigorosos, que incluíam disciplina, resistência física, combate e obediência absoluta ao Estado. As mulheres, embora excluídas da política, possuíam maior liberdade em comparação com outras cidades gregas, sendo incentivadas a praticar exercícios físicos para gerar filhos fortes e saudáveis, considerados essenciais para a manutenção do poder militar de Esparta.
Esparta teve papel central nas guerras da Grécia Antiga, destacando-se na Guerra do Peloponeso (431–404 a.C.), quando derrotou Atenas e seus aliados. Apesar de sua vitória, a rigidez do sistema social, a diminuição do número de cidadãos e as dificuldades em se adaptar às transformações políticas e econômicas levaram ao declínio espartano. A derrota para Tebas na Batalha de Leuctra, em 371 a.C., marcou o fim da hegemonia de Esparta, que nunca mais recuperou seu antigo prestígio.
Bibliografia
CARTLEDGE, Paul. Sparta and Lakonia: A Regional History 1300–362 BC. London: Routledge, 2002.
FINLEY, M. I. Os Gregos Antigos. Lisboa: Edições 70, 1988.
GLOTZ, Gustave. A Cidade Grega. Rio de Janeiro: Difel, 1980.
POMEROY, Sarah et al. Ancient Greece: A Political, Social, and Cultural History. Oxford: Oxford University Press, 2017.

História & Literatura
ResponderExcluirPablo Aluísio.
Tem alguns vídeos no you tube em que se especula como seria a vida real em Esparta. Se.era como eles mostram, ninguém dos dias de hoje aguentaria um dia.
ResponderExcluirEsparta foi a civilização antiga militar por excelência. Com tudo de bom e ruim que isso significa
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